
Equipes de resgate continuam intensamente à procura da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que sofreu um grave acidente enquanto escalava o Monte Rinjani, na Indonésia. A jovem caiu de uma altura aproximada de 300 metros, e as condições do terreno, somadas ao clima adverso da região, tornam a operação extremamente desafiadora e perigosa. Devido à geografia íngreme e instável do vulcão, as equipes afirmam que o uso de helicópteros para resgate imediato não é uma opção viável, dificultando ainda mais a operação.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil
Informou que, assim que tomou conhecimento do acidente, a Embaixada Brasileira em Jacarta, capital da Indonésia, mobilizou autoridades em seu mais alto escalão para coordenar o envio das equipes de resgate. O local exato da queda está situado a cerca de quatro horas de distância de Jacarta, em uma área de difícil acesso. Dois funcionários da embaixada foram destacados para acompanhar de perto a operação, oferecendo suporte logístico e comunicação entre as equipes de resgate e familiares da vítima.

Enquanto isso, a família de Juliana criticou a lentidão do resgate e apontou falhas na comunicação entre as autoridades brasileiras e indonésias. Informações divulgadas anteriormente por autoridades locais, afirmando que a jovem havia recebido comida e agasalho, foram desmentidas pela própria embaixada, que admitiu ter repassado dados incorretos no início das buscas. A situação gerou grande apreensão e frustração entre os familiares, que acompanham cada atualização com extremo cuidado.
O Monte Rinjani possui mais de 3.700 metros de altitude e é conhecido por sua beleza natural, mas também por ser um local de alto risco para turistas e escaladores. O vulcão já registrou acidentes fatais em anos recentes: em 2022, um turista português morreu ao cair da parte mais alta da montanha, e em maio de 2025, um turista malaio também perdeu a vida durante a escalada. Esses incidentes reforçam a necessidade de extrema cautela e preparação adequada para quem deseja participar das trilhas e expedições no local.

A queda de Juliana ocorreu na madrugada de sábado (21), ainda sexta-feira (20) no horário do Brasil, e até o momento já se completam quatro dias de buscas contínuas. Segundo informações do perfil oficial do Parque Nacional do Monte Rinjani, a jovem foi vista pela última vez imóvel em um penhasco a aproximadamente 500 metros de profundidade do solo, tornando a operação de resgate complexa e delicada.
O pai da jovem
Manoel Marins Filho, também enfrenta dificuldades logísticas para viajar até a Indonésia devido ao atual cenário geopolítico. O conflito entre Irã e Israel provocou restrições aéreas, incluindo o fechamento do espaço aéreo de Doha, no Qatar, um ponto de conexão essencial para voos rumo à Indonésia. “Nosso voo obrigatoriamente passa por Doha. Não sei se será possível viajar ainda hoje pra lá”, lamentou o pai, destacando a tensão adicional que a família enfrenta enquanto aguarda notícias da filha.
Autoridades indonésias reforçam que o Monte Rinjani exige atenção redobrada por parte de turistas e aventureiros. O parque nacional disponibiliza orientações de segurança e recomenda que todas as trilhas sejam feitas acompanhadas por guias especializados. O acidente com Juliana evidencia novamente os riscos associados a atividades de escalada e turismo de aventura em regiões vulcânicas, onde condições naturais adversas podem rapidamente transformar situações em emergências críticas.
Enquanto as equipes continuam as buscas, o caso de Juliana Marins mobiliza autoridades brasileiras e internacionais, destacando a importância da cooperação entre países em situações de resgate em locais de difícil acesso. A prioridade das operações permanece em localizar a jovem com segurança, considerando o terreno acidentado e a necessidade de preservar a vida durante a missão.