A varejista Havan teve de remover nesta segunda-feira vídeos que exibiam pessoas praticando furto de produtos em suas lojas. A notificação foi enviada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) com a suspeita de que pudessem estar infringindo a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) resultando na medida de retirada.
Convictos de que a impunidade prevalecia mesmo diante dos flagrantes, decidiram agir por conta própria: passaram a divulgar vídeos dos supostos furtos nas redes sociais do empresário Luciano Hang e da própria Havan, visando expor o problema e chamar a atenção da sociedade e consequentemente, das autoridades.
Os vídeos vinham sendo publicados desde o primeiro semestre de 2024 alcançado mais de 100 milhões de visualizações apenas em 2025 e segundo os lojistas, a queda no número de furtos foi impressionante, chegando a 50%.
Em abril deste ano, Cláudio José Ernesto Machado, então secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos de Presidente Figueiredo (AM), foi exonerado do cargo após aparecer em um dos vídeos gravados em uma loja da Havan, em Manaus. Apesar da acusação ter sido negada em uma nota oficial, a empresa manteve e alegou que o secretário teria trocado embalagens de produtos no interior do estabelecimento.
A ANPD informou, por meio de nota, que a empresa protocolou um pedido formal para revisão da notificação que solicitou a retirada dos vídeos. A LGPD proíbe a divulgação de dados pessoais, incluindo imagens que possam identificar pessoas, sem consentimento. O descumprimento dessa medida pode acarretar em advertências, multas e até mesmo limitações perante a utilização de dados.
Redação: Samara Brito
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