
Youtuber Felca denuncia adultização de crianças e questiona atuação de Big Techs no Brasil
Na última quinta-feira (07), o youtuber Felipe Bressanin, mais conhecido como Felca, publicou um vídeo impactante que chamou atenção nacional ao denunciar a adultização de crianças nas redes sociais, um fenômeno que, muitas vezes, ocorre com supervisão de adultos e é potencializado pelos algoritmos das plataformas digitais. O conteúdo viralizou rapidamente, alcançando mais de 36 milhões de visualizações, e trouxe à tona uma discussão urgente sobre a responsabilidade de influenciadores e das chamadas Big Techs na exposição de menores na internet.
No vídeo, Felca cita nomes de influenciadores como Hytalo Santos, Bel Peres e Kamylinha Santos, todos envolvidos em polêmicas distintas ao longo de suas carreiras. De acordo com a justiça, os perfis de Hytalo Santos foram suspensos, e o contato do influenciador com menores foi proibido, reforçando a seriedade das acusações e a necessidade de medidas judiciais preventivas para proteger crianças e adolescentes.
Adultização de crianças e risco digital
O vídeo expõe como algoritmos de plataformas digitais, muitas vezes denominados por Felca como “P”, transformam conteúdos aparentemente inofensivos em pontos de encontro virtuais para criminosos. A monetização desses conteúdos e sua ampla disseminação favorecem a exposição precoce de crianças a temas impróprios e potencialmente perigosos. A denúncia reforça a necessidade de regras claras e fiscalização efetiva para impedir que menores sejam explorados ou expostos de maneira indevida na internet.
Especialistas em segurança digital afirmam que a adultização de crianças online pode causar impactos psicológicos duradouros, afetando o desenvolvimento emocional, social e cognitivo dos menores. Além disso, o acesso facilitado a conteúdos direcionados por algoritmos aumenta a vulnerabilidade de crianças a crimes como pedofilia, exploração sexual e assédio digital.
Debate político sobre Big Techs no Brasil
O caso reacendeu o debate sobre a atuação das plataformas digitais no Brasil, especialmente diante das recentes sanções impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, que, em comunicado, justificou a aplicação de tarifas sobre produtos brasileiros também com base em regulamentações digitais e políticas de proteção de dados. Segundo especialistas, a pressão internacional reforça a urgência de normas nacionais mais rigorosas para a operação das Big Techs no país.
O presidente Lula demonstrou interesse em aproveitar o momento de comoção nacional para reativar a votação de regras que regulamentem o funcionamento das plataformas digitais. A proposta inclui medidas voltadas não apenas à proteção de crianças e adolescentes, mas também à criação de estruturas de fiscalização que garantam a segurança de todos os usuários contra crimes digitais e golpes online.
Responsabilidade de influenciadores e conteúdo infantil
O vídeo de Felca também abriu discussão sobre a responsabilidade ética de influenciadores digitais. Muitas vezes, a busca por audiência e monetização leva à criação de conteúdos que expõem crianças a situações inadequadas, mesmo com supervisão de adultos. Juristas e especialistas em direito digital defendem que influenciadores devem seguir regras claras quanto à proteção de menores, incluindo autorização formal de responsáveis e restrições a conteúdos sensíveis ou potencialmente perigosos.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, comentou que ainda não há prazo definido para o envio do projeto de lei ao legislativo. No entanto, destacou que o governo brasileiro está comprometido em garantir um ambiente digital seguro, equilibrando liberdade de expressão e proteção de menores, ao mesmo tempo em que atua para prevenir abusos e crimes cometidos online.
Impacto social e educativo
Além da dimensão legal, a denúncia de Felca teve grande repercussão na sociedade, com debates em escolas, universidades e fóruns online sobre a adultização precoce de crianças e os efeitos da exposição digital excessiva. Educadores alertam que é fundamental orientar pais, responsáveis e professores sobre os riscos do ambiente virtual, promovendo um uso consciente da tecnologia e incentivando o desenvolvimento saudável de menores.
O caso evidencia a necessidade urgente de ações conjuntas entre governo, plataformas digitais e sociedade civil para proteger crianças e adolescentes, garantindo que as redes sociais deixem de ser ambientes de exploração e se tornem espaços seguros e educativos.